Com certeza você já ouviu falar que comer peixes e frutos do mar faz bem à saúde. Pois é, neste artigo estaremos abordando alguns cuidados na compra e suas reais vantagens no consumo destes alimentos.
O termo frutos do mar compreende duas classes conhecidas como crustáceos e moluscos. Embora popularmente chamados de frutos do mar, os peixes por sua vez não fazem parte desta nomenclatura. Entre os crustáceos estão inseridas as lagostas, lagostins, siris, caranguejos e camarões.
Já os moluscos são representados pelas ostras, mexilhões, vieiras, mariscos, vôngoles (berbigão), caramujos, polvos e lulas. Tanto os frutos do mar quanto os peixes, são alimentos de elevado valor nutricional, principalmente por serem ricos em proteínas de boa qualidade e alto teor de vitaminas e minerais.
Diante dos inúmeros benefícios que estes alimentos podem trazer para saúde, associado à crescente preocupação com uma alimentação saudável, o seu consumo vem se tornando cada vez maior entre toda população. Assim, na hora da compra, alguns cuidados são indispensáveis a fim de garantir a qualidade nutricional e higiênico-sanitária destes alimentos.
Apenas os moluscos com conchas fechadas ou que se fechem ao toque devem ser escolhidos. Devem estar brilhantes, com água incolor e límpida no interior das conchas, cheiro agradável, carne úmida e bem aderente à concha. Após o cozimento os molusco que não se abrirem devem ser descartados.
No caso dos polvos e lulas frescos, a pele deve estar lisa e úmida; olhos vivos, brilhantes e salientes nas bordas; carne consistente e elástica; e cheiro característico de água salgada. Geralmente os mais claros estão mais frescos.
Lagostas e caranguejos devem ser comprados preferencialmente vivos. Recomenda-se a escolha dos mais ativos e pesados em relação ao seu tamanho. Quando comprados mortos, o cheiro deve ser fresco e não muito forte, a casca deve estar inteira e dura, e as garras intactas.
Ao comprar camarões frescos, a cabeça deve estar aderida ao corpo, apresentar casca firme e presa, corpo rijo, cor clara, cheiro agradável e mantidos sob refrigeração. Prioritariamente devem ser preparados no dia da compra por serem altamente perecíveis. Quando congelados, devem estar limpos, armazenados sob embalagens hermeticamente fechadas, e preparados imediatamente após o descongelamento.
De modo geral, o peixe é considerado um dos alimentos mais suscetíveis à deterioração em função de vários fatores, tais como atividade de água elevada, composição química, teor de gorduras insaturadas facilmente oxidáveis e, principalmente, devido ao pH próximo da neutralidade, o que beneficia o desenvolvimento microbiano. Assim sendo, durante a compra deste tipo de alimento, alguns cuidados também devem ser tomados pelos consumidores, mantendo-se atentos às inúmeras questões importantes no que se referem à preservação da qualidade e segurança dos peixes.
Portanto, quando frescos, os olhos dos peixes devem estar brilhantes, salientes e ocupando toda a cavidade orbitária. As guelras vermelhas, bastante brilhantes e sem a presença de muco. As escamas devem estar firmemente aderidas ao corpo, e ao pressionar-se a carne, esta deve voltar rapidamente à posição de origem. Embora muito característico, o odor deve ser suave, com cheiro de maresia e não repugnante.
Bom, mas e as propriedades nutricionais? Muitos são os benefícios do consumo de frutos do mar e peixes. Além de menor teor de gordura saturada, estes alimentos são: ricos em ácido graxo ômega 3, ricos em proteínas (possuem todos os aminoácidos essenciais), vitaminas e minerais, tais como vitamina A, E, do complexo B e principalmente D, que possui importante atuação na calcificação óssea, prevenindo contra osteoporose. Quanto aos minerais, verifica-se grande quantidade de sódio, ferro, potássio, magnésio, cobre, enxofre, fósforo, iodo, cálcio, flúor, selênio, manganês, cobalto e zinco.
Sem dúvidas uma das principais vantagens nutricionais na ingestão dos frutos do mar e peixes, sobretudo aqueles de águas frias (sardinha, salmão, atum, anchova, carpa e arenque), é o alto teor de ácidos graxos poliinsaturados, como o ômega 3. O consumo deste ácido graxo específico está intimamente ligado à prevenção de doenças cardiovasculares, ação anti-flamatória, regeneração de neurônios e no desenvolvimento cerebral, tornando-se assim também importante no período da gestação, infância e terceira idade.
Além disso, o ômega 3 ainda pode reduzir o risco de Alzheimer, demência e cansaço mental; contribuir no tratamento da depressão, ansiedade e alterações do sono; alívio nas dores da artrite reumatóide; diminui agregação plaquetária (acúmulo de gordura na artéria); bem como reduzir os níveis sanguíneos de colesterol total, LDL (colesterol ruim) e, pode ainda, aumentar a produção de HDL (colesterol bom).
Outros dois nutrientes abundantes nos frutos do mar e peixes são zinco e selênio. O zinco é um mineral bastante importante, pois desempenha função regulatória no organismo, estando envolvido em processos bioquímicos relacionados à imunidade, crescimento e desenvolvimento sexual, formação óssea, cicatrização, atividade neuronal, memória e na manutenção de olfato e paladar.
Um dos órgãos que apresenta maior concentração deste mineral é o músculo, e consequentemente, uma dieta pobre em zinco pode estar relacionada à redução da força e coordenação muscular, baixa motivação e maior predisposição para a depressão.
Já o selênio apresenta grande importância na dieta, principalmente quando se trata do seu efeito protetor nas doenças cardiovasculares, cânceres, artrites, cirrose e enfisema. Outros benefícios deste mineral é sua ação detoxificante de metais pesados, como alumínio, que em excesso leva a um aumento da tensão pré-mesntrual e uma boa ingestão de selênio pode preveni-la.
Por terem papel biológico essencial nos mecanismos de proteção antioxidante, tanto o zinco quanto o selênio são capazes de bloquear os efeitos nocivos dos radicais livres contribuindo, desta forma, para a redução dos danos causados pelo estresse, retardando o envelhecimento e minimizando os prejuízos causados pelo estresse oxidativo.
É importante lembrar ainda, que a deficiência destes dois minerais também pode afetar negativamente a produção e ação de alguns hormônios como os hormônios tireoidianos, o que certamente prejudica o metabolismo energético em função de uma redução da taxa metabólica basal.
Agora sabendo de todas estas vantagens, fica difícil não querer incluir os frutos do mar e os peixes no seu cardápio semanal. É importante lembrar que mesmo compartilhando de todos estes benefícios, os crustáceos contêm uma quantidade maior de colesterol quando comparados com os peixes e moluscos. Portanto, não exagere! Utilize sempre o bom senso.
Não é necessário consumi-los diariamente. Em torno de três vezes por semana já é uma boa freqüência para usufruir de todos os seus benefícios, mas se você realmente gosta, nada impede de comer os peixes com uma frequencia maior.
Muito obrigado pelo texto e, principalmente, pela qualidade das informações.
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